Chega uma hora em que você se cansa de contar carneiros. O silêncio penetra por seu corpo mas o sono não vem. A luz está apagada, mas você percebe que não enxerga menos por causa disso, na verdade, enxerga mais do que deveria. As horas passam, coisas se mexem, se transformam e o mundo gira. Sei que é difícil crer no que os olhos não podem ver, mas nada é como parece ser.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Chorar é preciso


Eu preciso do choro.

Sei que ele está aqui, guardado em algum lugar. Latente. Como um vulcão que passa décadas adormecido e de repente resolve acordar.

Preciso aprender a entrar em erupção. Sentir o corpo se aquecendo enquanto ele se desperta do fundo da alma e sobe em direção aos olhos. Sentir a energia, o vibrar, o alívio de “colocar para fora”.

Espero ansioso pelo dia em que o choro chegue e carregue, como em uma enchente, os desprazeres da vida de até então. Que despeje no olho da rua tudo aquilo que não é bem vindo.

Tudo isso só para poder respirar ofegante, livre e me sentir vivo. Pois as lágrimas nem sempre significam tristeza. As vezes elas são a única chance que temos de abrir as portas emperradas para tentar ser feliz outra vez.